A epidemia do coronavírus (ou covid-19) se mostrou como uma crise de escopo, escala e risco alarmantes. Além da mortalidade, o impacto da crise foi multidimensional e transfronteiriço: países de todos os níveis de desenvolvimento foram largamente afetados; indicadores econômicos do Banco Mundial apontaram para uma recessão profunda, de proporções que não se tinha desde a Segunda Guerra Mundial; vulnerabilidades se acentuaram em países já fragilizados por conflitos, com processos eleitorais adiados, ajuda humanitária paralisada, e uso da crise como pretexto para medidas autoritárias.
Diante disso, a crise esteve no topo das agendas nacionais e de política internacional de todo o mundo, ademais, observou-se como a resposta de muitos países esteve dentro de uma perspectiva securitária. Em diferentes níveis de gravidade e/ou extensão, outras crises sanitárias na história, como a peste negra, gripe espanhola, HIV/AIDS, H1N1, ebola, também causaram e causam sérios riscos à estabilidade e segurança internacional, além de desencadear crises econômicas, exacerbar vulnerabilidades e aumentar a desconfiança em instituições públicas. Além da temática ter integrado três vezes a agenda do Conselho de Segurança da ONU, discute-se hoje no âmbito da OMS um acordo internacional específico para epidemias.
Pensando nisso, a ideia deste grupo de estudos é, através da leitura de trabalhos acadêmicos, documentos, notícias, e outros tipos de material disponíveis, pensar criticamente e debater sobre o relacionamento que crises epidêmicas (um tema sanitário) possuem dentro do campo da segurança internacional. Quais os possíveis nexos-securitários que saúde global pode possuir? É problemático a securitização de crises epidêmicas? Como as políticas nacionais de segurança podem afetar a cooperação internacional de governança da saúde global? Estes são alguns dos questionamentos que irão guiar os encontros do grupo.
O edital destina-se a alunos(as) da graduação da UFSC e de outras instituições de ensino superior de Santa Catarina que estejam interessados(as) no estudo de temas relacionados à Política Internacional, Estudos Estratégicos, Segurança e à Defesa, particularmente nos estudos sobre crises sanitárias (epidemias) e suas implicações à segurança internacional.
Estão aptos a se inscrever os(as) discentes que estiverem matriculados nos cursos de relações internacionais, direito, ciências sociais, ciência política e áreas afins. Ter cursado o primeiro ano dos referidos cursos (1 e 2 semestres). Ter conhecimento de Segurança Internacional e Teoria de Relações Internacionais é um diferencial.
O projeto contará com 10 vagas (7 vagas UFSC e 3 externas).
As inscrições serão realizadas no período de 01 a 14 de abril de 2023.
Para se inscrever, os(as) interessados(as) devem ler atentamente ao edital, disponível aqui, e seguir as instruções. O formulário online pode ser acessado clicando aqui.
do em fevereiro, quando o embaixador Frederico Meyer foi chamado pelo chanceler israelense, Israel Katz, ao Museu do Holocausto para ouvir queixas públicas sobre uma fala de Presidente brasileiro que resultou na declaração de Lula como “persona non grata” no país.
